terça-feira, 20 de julho de 2021

 DIA 20

MES 07

ANO 2021




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Entre nuvens

Dentre as densas nuvens me perdi. 
Saltei por entre abismos e mergulhei em topos sem fim. 
Misturei meus desejos em forças ocultas que simplesmente não existiam até então..
Captei seu olhar do outro lado do oceano e não lhe dirigi nenhuma palavra pertinente.
Desisti de me aventurar.
Minimizei meu corpo e minha alma se tornou um grãozinho de giz.
Me escondi na caverna mais escura e úmida das matas selvagens da África primitiva. 
Resolvi não mais pensar em voce, em mim, em nada de importante que um dia foi.
Morri.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Até aqui

os textos dos posts até aqui foram publicados no extinto Tipos.com.br, comunidade de amigos, muitos jornalistas, que de uma forma divertida fez história no mundo virtual.

tipaiada, valeu por tudo..

mas agora, fico aqui, quietinha no blogger, querendo apenas escrever para talvez conseguir um pouco de paz e redenção, se é que isto é possível.

vanessagummo

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Da cidade que existe dentro de cada um

05/06/2007

Caminhando contra o fluxo contínuo de pessoas, me vi perdida entre as esquinas, olhava para todos os lados e não reconhecia os nomes que saltavam em letras brancas das placas.Sentido de orientação? Deixei em casa, assim como a vontade de surpresas, assim como a nostalgia pela noite passada.

Respirei profundamente o ar gelado da manhã, ainda não haviam muitos poluentes no ar, ainda a vida parecia pulsar ao encontro dos vários edifícios que se erguiam feito barreiras por todos os lados daquela avenida frenética e colorida.

Vi um banco de madeira lascada, meio marron, meio preto, nele estava sentada uma menina loirinha com tranças por toda a cabeça, daquelas que os jogadores de futebol adoram exibir. Me refugiei ali, até ter coragem de continuar a caminhada. Ela me olhou, seus olhos estavam vermelhos e havia por detrás deles aquela névoa que habita o olhar de quem não tem nada, e nem sente nada.

Puxei de dentro da minha mochila vermelha um chiclete de hortelã e ofereci para ela que se assustou e disse que não podia aceitar presentes de estranhos. Pensei comigo que esta frase era para ser usada por crianças de outra geração, a minha geração. Crianças sentadas em bancos de rua com perninhas de fora em dias de frio poderiam e gostariam de aceitar qualquer tipo de presente. Me enganei.

Ela não queria nada, nem um doce, nem um sorriso, nem um palavra de carinho. A sua única preocupação era se o garoto que estava dentro da loja pedindo um real para comprar pão ia sair correndo levando tapas na cabeça ou com algumas moedas para finalmente poderem comprar algo para satisfazer a fome de dois dias.

A miséria, o medo, a falta de esperança são algumas das coisas que ainda fazem as pessoas se moverem.E eu estava na mesma situação, só que não como a menina do banco da avenida esperando algo bom acontecer e sim como o garoto que tem que pedir esmola sempre para conseguir algumas migalhas para sobreviver.

Quem disse que haveria justiça neste mundo?

Tem dias ...

31/05/2007

"Tem dias que a vida parece Coca-Cola sem gás".

E acrescento a esta frase de uma música antiga: sem gás e congelada...

Dias assim a gente coloca um cachecol e sai com as amigas, para comer carê ou chilli, tanto faz ser japonesa ou mexicana. O que importa é esquentar a vida que passa voando por entre os dedos levantados ao sol.

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Lembranças nem sempre precisam ser só nostalgia, podem ser também motivo de diversão (eu nem sempre penso assim). Ainda mais quando começamos a lembrar nomes de pessoas conhecidas que fizeram parte da vida de outros amigos no passado, que nem imaginávamos conhecer.

Morei em algumas cidades pequenas no interior do Paraná, antes de retornar com quinze anos para Londrina: Apucarana, Arapongas, Mandaguari, e um tempo curto em Curitiba.Mas a fase de MandáguaDeadCity foi a mais bacana, sempre! Começo da adolescência, a primeira turma de amigas, os primeiros discos de róque, as primeiras rebeldias contra os pais, os primeiros amores platônicos...

E, ás vezes, me resentia de ter perdido o contato com tantas pessoas que fizeram parte da minha vida e por conta da distância ficaram fora dela. Nunca tive uma amiga, ou uma turma que me acompanhasse desde o jardim de infância até o colegial (foram oito escolas da primeira série até o fim do terceirão, por conta do trabalho do meu pai). Eu sofria, recomeçar é dificil, sempre.

Mas tudo isso pra dizer que num dia que parecia perdido e cheio de frustações, sentar com amigos numa mesa do Madalena, bebendo Bohêmia e comendo carê (para esquentar) e principalmente trocar figurinhas sobre as pessoas da velha Mandaguari com alguém que viveu aquela mesma época (precoce ela) não tem preço.

Obrigada Gi, este resgate fez bem a minha alma!! Eu a Silvia agradecemos.

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E hoje a noite não falaremos sobre o passado (a Andréa agradece hehe) e sim do presente e talvez futuro. Que venha o Chilli!!

Das pessoas escondidas dentro de mim

16/05/2007

Uma garotinha triste
com as maçãs do rosto vermelhas
segurando o choro e rezando para a esquecerem

Uma jovem senhora
conformada com pacata vida que tem
sem vislumbrar nada além do que fazer para o jantar

Uma jovem libertária, capaz de grandes conquistas
que não tem medo de sair sozinha na noite fria
e sempre ter certeza que nunca voltará desacompanhada para casa

Uma profissional estagnada em sua própria sombra
sem metas a cumprir e nem desejo de desafios
somente esperando o tempo passar para tentar se acomodar melhor

Uma anciã cochilando em sua cadeira de balanço
escutando ao longe o burburinho dos netos a brincar
querendo que nada mais além dos olhos e ouvidos adoeçam

Uma jovem arrebatadoramente voraz pelo próximo show, pela próxima banda, pelo próximo grande som da sua vida

Algumas dessas mulheres já quiseram morrer, vencer, parir, desistir, partir, voltar...
Mas o que todas conseguiram com grande competência foi chorar e por vezes sorrir

Só um começo

14/05/2007

Um sorriso nos lábios vermelhos, pele riscada pela força da barba por fazer, mãos tateando e se portando fragilmente inocentes frente ao momento arrebatador.

Laura estava ali. Corpo estático, mas peito arfando; cabeça em uma só direção, mas olhos buscando sempre a mesma silhueta. Sabia o que queria desde o momento que entrou no sombrio apartamento, onde estava acontecendo a festa. Sabia que queria aquele menino.

Num rompante chegou ao lado dele, fez um brinde com o copo de plástico que alguém tinha colocado em sua mão minutos antes e sorveu o líquido que deixou sua boca ainda mais vermelha.

Ele fez um olhar inquisidor, ergueu seu próprio copo e brindou pronunciando um simples saúde, porém como se dissesse "te quero" e passou a língua despreocupadamente na parte debaixo dos lábios.

E eles se tocaram, e quiseram mais e mais, e logo depois já estavam devidamente instalados na sacada, onde o vento frio desajeitava os longos cabelos pretos de Laura e fazia uma curva suavemente fria na nuca dele.

Vários momentos depois, onde o calor espalhado já se encontrava devidamente contido, ela abriu os olhos, piscou duas vezes e só então falou:

_ Te vejo outra hora, menino.